História da Comunidade Hãwãlòra
História da Comunidade Hãwãlòra
Em junho de 2004, a aldeia Hãwãlòra foi fundada no local da antiga aldeia Tytema. A ideia surgiu de duas famílias Iny que viviam junto ao povo Apyawa, na aldeia Majtyritãwa, próxima à aldeia de Itxala, uma comunidade Karajá. Na comunidade Majtyritãwa, não havia como usar a cultura e a língua materna Iny, que só eram praticadas dentro da família. O receio da comunidade era que as crianças Iny perdessem sua cultura e língua materna. Devido a essa preocupação, o pequeno grupo decidiu se mudar. Essas pessoas partiram mesmo sem terem casas, escola e água encanada; ficaram morando debaixo de árvores, sem nenhum apoio, mas nada as impediu de seguir em frente. Com o passar do tempo, um dia, dois dias, três meses, as coisas foram melhorando na comunidade.
O cacique da nova aldeia, Carlos Waximauri, é uma liderança forte na região e, portanto, procurou apoio junto aos órgãos: FUNASA, FUNAI, CIMI e a Prefeitura Municipal de Santa Terezinha-MT, para que a aldeia fosse reconhecida, permitindo à comunidade receber apoio e resolver suas necessidades por meio dessas instituições. A antiga aldeia Tytema, ao ser fundada na região, deveria se chamar Hãwãlòra, segundo o ancião João Iesoru. Os fundadores da nova aldeia escolheram esse nome porque o primeiro fundador de Tytema não o colocou, mas hoje o nome Hãwãlòra é reconhecido por todas as pessoas da região, tanto pelos Iny quanto pelos Tori. O nome Hãwãlòra foi dado pelos anciãos. Foi difícil encontrar um nome; todos opinaram. Hãwãlòra significa "pequeno morro."
A população de Hãwalòra no início era muito pequena, aproximadamente 48 pessoas. Essa população aumentou bastante em 2024, já conta com 39 família, aproximadamente 150 pessoas. A comunidade conseguiu obter escola, posto de saúde, remédios, água encanada, poço artesiano e outros benefícios. Hoje, conta com professores formados, técnico de enfermagem formado e agente de saneamento básico. A comunidade de Hãwalòra está sempre lutando por seus direitos e buscando atender às demandas da comunidade, solucionando os problemas que surgem.
Para os Iny de Hãwalòra, é muito importante contar sua história e sua luta para viver numa comunidade Iny. Eles também têm orgulho de contar a história de sua escola.
A comunidade teve bastante trabalho para implantar uma escola própria. Primeiro, conseguiu uma sala anexa, vinda da Escola Estadual Indígena Tapirapé, da aldeia de Majteritãwa. Os alunos ficaram três anos sem escola na própria aldeia e frequentavam uma escola vizinha, a Escola Estadual Indígena Tapirapé, localizada no mesmo Território Indígena, a apenas dois quilômetros de Hãwalòra. As primeiras aulas na escola de Hãwalòra se iniciaram no dia 28 de fevereiro de 2007, conforme reconhecido no decreto 1.191. O começo das aulas foi difícil devido ao número reduzido de famílias. A escola começou com um professor que dava aula para todos os alunos e todas as séries, em uma turma multisseriada.
Atualmente, o desejo da escola Hãwalòra é desenvolver um trabalho que possa contribuir com a formação do aluno, iniciante ou não, começando pelo aprendizado da escrita em sua própria língua materna, para que as crianças percebam o valor específico de sua cultura e dos saberes de sua comunidade. Assim, os alunos vão deixar registrado na sua escola parte da sabedoria Iny. Outro fator que a escola considera importante são as demandas da comunidade e a realidade sociolinguística da comunidade.